domingo, 24 de abril de 2011

Estréia

A internet ainda é um enigma pra mim. Isso porque teoricamente eu sou da "geração banda larga". Na verdade, o buraco é mais embaixo. Nunca me acostumei com o COMPUTADOR, essa máquina inteligente que guarda tudo, ou quase tudo.
A minha geração, que agora tem média de 21 anos, percorreu quase o mesmo caminho tecnológico. Começou com nossos pais tendo aquele celular Tijolão, quase um interfone móvel. Depois a onda dos videogames, SuperNintendo, 64, PlayStation. E paralelamente o computador.
Lembro que logo que minha mãe o comprou, ele ficava na sala, decorativo, ninguém usava. A festa de estréia foi grande, claro, nem todo mundo tinha condições de ter um computador em casa, mas então a grande estréia foi ligar a máquina e brincar no paint!! uhuhuuhuh
E por muito tempo essa foi a nossa relação. Usar o paint, jogar paciência, campo minado, free cell, enjoar e desligar.
Até trabalho da escola, fazia tudo à mão, nem usava o WordPad. Sim, porque do jeito que minha mãe também não era "antenada" e meus irmãos ainda muito novos, demoramos a instalar vários programas básicos, como o Office. E mesmo quando se popularizou a internet, demoramos a ter.
Comecei a usar o computador mais por pressões sociais que por curiosidade ou intimidade com a máquina. Quando a professora começou a cobrar os trabalhos digitados, quando me sentia excluída das conversas, pois não lia os Fanfics do Harry Potter, ou quando comecei a colecionar papel de carta, daí entrava num programinha em que tu montava teu papel de carta e imprimia pra coleção. Depois de muito tempo, em outras conversas, descobri que nessa época todo mundo tinha Mirc. Passei despercebida, nunca nem soube que isso existia.
Na adolescência as pressões sociais se extravasam! Somos pura pressão social! Não à toa, criei orkut, msn e e-mail. Pus fotos de bobagens, frases clichês, e o e-mail só serviu de bode expiatório para criar conta nas redes sociais, não o usava. Com o tempo as fotos do orkut foram ficando antigasss, eu já não entrava com frequência e nem tinha paciência pra esperar carregar as fotos novas. O msn sempre desafiou minha habilidade no teclado, pois nunca conseguia falar com mais de três pessoas ao mesmo tempo, era uma loucura.
Aprendi uma coisa dessa experiência: as redes socias só existem pra quem existe pra elas. Passa um mês sem entrar no orkut, cai para a metade o número de scraps, depois disso a queda é exponencial, até perceber que agora tu só recebes scraps coletivos, geralmente de festa de pagode ou forró universitário.
Só fui usar meu e-mail quando entrei na faculdade (por pressões sociais e profissionais). E dentro da universidade também tive contato com um mundo novo na net. Agora tudo é virtual. Ter um conhecimento amplo do mundo, estudar, se informar, ou mesmo descobrir coisas novas e bizarras: tudo internet.
O que mais gosto, na verdade, é que agora descobri coisas muito interessantes on-line. E acho que isso ainda é um fenômeno razoavelmente recente. Essa onda de blogs, por exemplo, em que todos os artistas agora tem onde escrever sobre o mundo, acho que é recente. Digo, de uns três anos pra cá. Será? O fato é que agora todo mundo usa internet, isso amplia e muito a possibilidade de coisas interessantes. Talvez agora eu também saiba melhor o que considero interessante.
Gosto também da me assustar com bizarrices libertárias. Tipo escrever alguma sacanagem ou coisas ilegais no google e ver que aparecem os mais variados sites, blogs, comunidades, artigos, sobre qualquer dessas coisas. Quer comprar uma arma? internet. Que tal um novo alucinógeno descoberto na Finlândia? Internet. Ou dicas de como provocar o aborto: Net. E muito mais. Experimentem!
Nem sei o que pensar.
Por enquanto só me surpreendo.
Enfim, atualmente minha situação virtual ainda não é das melhores. Tive uma disciplina na faculdade, chamada Novas Mídias (um terror), onde fui obrigada, forçada, a criar conta em redes sociais que ainda não me acostumei: twiter, blog, facebook. "They tried to make me go to twiter. But I said 'no, no, no'".
Isso tudo para dizer finalmente que esse pode ser mais um blog imerso nesse mundão paralelo. Mas pra mim, significa um passo importantíssimo. Agora, sou mais um inseto preso nessa teia tecnológica. Foda-se. Já tem tanto inseto que daqui a pouco a gente faz uma revolução. É pra isso que estou aqui, podem contar!