quinta-feira, 27 de outubro de 2011

das estrelas em cabeças

Por você meu bem
eu venderia todas as estrelas de que sou dona
(inclusive a Madona)
venderia até as serras de diamante, em minha propriedade na África do Sul
aliás, daria, para qualquer um
que soubesse navegar em poços escuros
e curar dedo de anão
mas não,
nada te satisfaz
daqui a pouco vou tirar as pernas e colar nas mãos
pra te alcançar
no pote fundo das loucuras
uma doçura pra se lambuzar e então cair
no sonhar profundo
da felicidade eterna
que não se acerta
de primeira, nem de segunda ou
de terceira
mas vai até a milésima tentativa
todo dia
na rotina das vidas repetidas
a angústia do ter
do dar
e do querer
que trafega todas as minhas terras
latifúndios de confusões
sem previsão para inspeção do Incra.

domingo, 9 de outubro de 2011

Conversas de almas

Venha aqui
dizer o que achou
do que pensei
se é que sei
o que fazer
com o que pensas
do que sou

Eu digo apenas
as penas do que vivo
para ouvir eu mesma
à mim, de fora
Ora, desembucha
tua cabeça das besteiras
essas bobagens passam
só ficam, só
ecos, em ecos
de ecos
pela alma

Esses treco de teleco-tecos
num disse-me-disse
que já nem sei
porque falei
o que pensei
sobre nós dois

Me beija então,
que no desejo
eu me calo
e te reconheço,
meu amor