quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

re-inicio


Eu ria, ria, ria...e isso me lembra alguma coisa. Um déjà-vu.
O Adriano era o mesmo de sempre e me falava coisas engraçadas e eu ria muito...xxx na chapa!
Também teve muitas outras coisas que me deram saudade. outras gentes que de repente se fizeram ausente. E foi uma ótima oportunidade para colocar tudo num copo d’água e engolir bem gelado ainda de manhã cedo.
Inicia-se assim, aqui, agora, já! minha demagogia retórica sobre fatos displicentes, ações intransigentes, ideias eloquentes e sentimentos de sempre, que sempre voltam.
Abro sem uma data especial, sem um motivo especial, sem um texto especial ou uma foto bonita. abro porque a corrida já começou a muito tempo e já pego o bonde voante.
Adeus, amigos, adeus, vida boa, adeus, gramática, adeus, quem nem conheci, adeus, quem mal conheci, adeus, aos que nem lembram de mim, adeus, artistas, adeus, acadêmicos, adeus, artigos, adeus, jornalixxmos, adeus, Belém, adeus, cinema, adeus, poesia, adeus, aos que querem meu fim, adeus, aos que querem meu bem, à deus: Flávia.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A sacerdotisa


Por tecer eu entendo o “virá”
Uma teia emaranhada de caminhos tortos em eterna encruzilhada
Um labirinto de destinos ao acaso que desbrava a toda esquina uma nova vida. Nesta hora (que é qualquer hora.).
Por-te-ser e a ninguém mais: eu
Ser o novo. Sempre.

“Pertencer” é o que se fazia antes: pertencia. Como se pertence ao mundo: pertencia e ponto.
Pertencia com muita bondade, algumas amizades, um amor e otras cocitas más.
Não pertenço mais.

A morte se faz assim como em cartas de tarot. Uma surpresa, uma mudança, um novo nascimento, um enterro. Quem morre não pertence mais ao plano material, mas está livre para tecer outras coisas. Neste plano simbólico, a morte não tem lógica, é uma necessidade natural para a continuação, o eterno retorno. Pode gerar medo, mas neste caso não, gera respeito pelo que se desconhece, pois é tudo o que lhe resta para viver.

Façam-se as apostas. Eu sou a primeira a entregar o ouro, não sem receio, mas como um jogador de pôquer que só tem como caminho o tudo ou o nada. O carro só precisa saber para onde se quer ir para começar a andar. 

terça-feira, 25 de setembro de 2012

ORIGENS

Tento imaginar a sensação de Tales de Mileto quando pensou “Tudo é água” e engoliu o mundo por um segundo, e sentiu gosto de água.

Se hoje sabemos a importância da água e todas as teorias sobre o surgimento da vida nesta, o que não significa que tudo seja água, no tempo de Tales, datado por volta de 625 a.C., essa era uma proposição louca. Se as bases científicas não são capazes de sustentar tal afirmação nem no tempo de Tales nem hoje, podemos chamá-la de mística. E assim nasceu a filosofia grega e o mundo: na fantasia.
Mas Tales não era louco, ao contrário, entre os homens de seu tempo era um sábio. E longe de propor o misticismo dos deuses, ele buscou a natureza, o empirismo, a observação e a dedução para criar o mundo. Porém, se não foi por mérito científico que ficou na história, foi pela ousadia de unificar o mundo em um único elemento. “Tudo é um” é uma máxima filosófica que perdura no tempo, “nada se cria nem se destrói, tudo se transforma” é a lei científica de Lavosier (dita antes por tales na versão “nada se gera nem destrói”), que perdura até hoje.
A fantasia voou. Antes da física quântica ela já mostrava sua capacidade de romper tempo e espaço, de esmagar o mundo com as mãos e transformá-lo em água. O misticismo está nas origens. De onde surge a ideia? Mistério. E a inspiração? E a filosofia? Esta se utiliza da fantasia como meio para responder seus anseios, atraída pela magia metafísica que a intuição mística trás aos sábios.
“O que, então, leva o pensamento filosófico tão rapidamente ao seu alvo? Acaso ele se distingue do pensamento calculador e medidor por seu voo mais veloz através de grandes espaços? Não, pois seu pé é alçado por uma potencia alheia, ilógica, a fantasia. Alçado por esta, ele salta adiante, de possibilidade em possibilidade, que por um momento são tomadas por certezas; aqui e ali, ele apanha certezas em voo.” Nietzsche.
Vamos então saborear este saber filosófico, já que “sábio” se prende, etimologicamente , a “sapio”, eu saboreio. E fazer de todos os mistérios da vida as nossas asas para sobrevoar as origens e suas fantasias.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

t-eus

eu - eu - eu - eu
eu - eu - eus - eus

como eus
queria teres

masteus quereres
só fazem os m-eus

sofrerem

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

dada a largada


Resolvi tirar as teias de aranha do meu blog. Coitado, desde Outubro de 2011 sem postagem, assim é sacanagem! Nem seguidores me seguem mais. Nem eu. Então resolvi começar tardiamente 2012 com uma homenagem ao meu blog, ou melhor: aos meus escritos, ideias, devaneios. A vontade enorme de escrever todo dia e não fazer. As ideias mirabolantes que tenho pensado e perdido. Fica aqui a homenagem à mim mesma, no final das contas, na esperança de ser uma pessoa melhor em 2012, leia-se: escrever mais.


Lagartos
jamais te largarei
a única tentativa de te deixar
seria “lagar”, tudo que desejo.
Mas isso não acontecerá
porque sou forte
como és torto
és torto como meus dentes
e isso faz parte
da nossa relação cristã:
escrever torto
em curvas retas.
Tenho certeza que juntos vamos acertar,
pelo menos, algumas letras alfabéticas
O sentido a gente inventa depois, lagarto torto
pouco a pouco
te reinvento no meu esboço.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

das estrelas em cabeças

Por você meu bem
eu venderia todas as estrelas de que sou dona
(inclusive a Madona)
venderia até as serras de diamante, em minha propriedade na África do Sul
aliás, daria, para qualquer um
que soubesse navegar em poços escuros
e curar dedo de anão
mas não,
nada te satisfaz
daqui a pouco vou tirar as pernas e colar nas mãos
pra te alcançar
no pote fundo das loucuras
uma doçura pra se lambuzar e então cair
no sonhar profundo
da felicidade eterna
que não se acerta
de primeira, nem de segunda ou
de terceira
mas vai até a milésima tentativa
todo dia
na rotina das vidas repetidas
a angústia do ter
do dar
e do querer
que trafega todas as minhas terras
latifúndios de confusões
sem previsão para inspeção do Incra.

domingo, 9 de outubro de 2011

Conversas de almas

Venha aqui
dizer o que achou
do que pensei
se é que sei
o que fazer
com o que pensas
do que sou

Eu digo apenas
as penas do que vivo
para ouvir eu mesma
à mim, de fora
Ora, desembucha
tua cabeça das besteiras
essas bobagens passam
só ficam, só
ecos, em ecos
de ecos
pela alma

Esses treco de teleco-tecos
num disse-me-disse
que já nem sei
porque falei
o que pensei
sobre nós dois

Me beija então,
que no desejo
eu me calo
e te reconheço,
meu amor