domingo, 29 de maio de 2011

A Saudade

Sinto que o ar
Já não se delimita aos meus pulmões
Ocupa todo o meu peito

de resto, respeito
este sentimento

A pele, assim, perde a noção de temperatura
Fica fria,  sua
frio

Já não me delimito neste espaço
Já me confundo com a parede de azulejos
o sofá, o áudio
a TV
É a apatia ao próprio ser

O cérebro já cansado de pensar  - e se confundir
Se entrega
Já não há o que elaborar
sobre a vida, o amor e a justiça

Ninguém me enxerga
Não há como enxergar alguém quando esta pessoa não se materializa
e é materialista

Sendo puro sentimento
o adjetivo não faz sentido
E a vida, por uma linha tênue, oscila
entre a morte e a preguiça

Um comentário:

  1. O novo layout do blog é para combinar mais com o poema. Achei que ele precisava de um layout mais denso e que o colocasse em destaque. Como um sopro

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